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sexta-feira, 20 de julho de 2018

relembrar é viver

Série de panfletos "Relembrar é viver"


#1
Meus bisavós paternos construíram uma casa. Em meu primeiro dia na universidade, um homem branco cantarolou pra mim aquela música da novela "Escrava Isaura": lerê lerê lerê lerê lerê. Toda vez que saio da universidade, tenho vontade de tomar um banho de descarrego, feito com as ervas do quintal daquela casa; que já não é mais nossa.


Diálogos entre memorias de 1996, 2015 e 2018.




#2
Há um mês atras, na praça Costa Pereira, conversei com um vendedor negro de samambaias. Ele carregava pelo menos 10 vasos nas costas, com auxilio de uma vara de bambu. O moço me disse que estava rodando o Brasil vendendo as plantas. Faz alguns anos que não encontro minha mãe. Caso ela apareça vendendo samambaias, eu compro 2 ou 3.

Diálogos entre memórias de 1996, 2007 e 2018. 


#3
Ano passado eu cortei meu cabelo bem baixo. Tive que ter a mesma coragem para deixa-lo crescer. Meu pai me ensinou a me virar sozinha. Contudo, ainda assim decidi pedi a ajuda dele para fazer o corte. Quando meu pai corta meu cabelo, lembro de continuar crescendo.


Dialogo entre memoria de 1996 ate 2018. 

#4
Eu morei no alto do morro da Fonte Grande. Lá de cima, tenho uma linda visão de Vitória. A Fonte Grande é lugar de aquilombamento desde o século XVII. Minha tia-madrinha sempre chegava tarde da faculdade. Os mesmo africanos que a protegiam, hoje me ensinam como desviar de alguns caminhos.

Diálogos entre memórias do século XVII ao ano 2018


#5
Eu nasci de minha mãe e fui criada pela minha avó paterna. O encontro de águas doces com águas salgadas durante um tempo chamou-se Gabriel. Minha avó e minha mãe produziram suas liberdades em temperaturas diferentes. Ainda sinto o sabor de Gabriel em mergulhos nas minhas memórias.



Diálogos entre memórias de 1996, 2015 e 2018.

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