Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ì yámi Agba (minha mãe anciã), mas, não
são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e
representada por Ì yámi Oxorongá chamada também de Ì yá Nia, a grande mãe. esta imensa
massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada
pelas 'Sociedades Gëlèdé', compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e
manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ì yámi nas comunidades é tão grande que,
nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem
de mulher e usam máscaras
BARRETTI FILHO. Aulo. O culto dos egunguns no candomblé. Revista Planeta. 1986. (p 01)
A Sociedade Geledé é composta por mulheres acima da idade da menopausa. Elas são
consideradas Iya-mi, nossas mães. Como tal são temidas como aje (feiticeiras). As pragas
duma mãe são as mais temidas nas sociedades Yorubá.
O poder das mulheres mais velhas na Sociedade Yorubá é essencialmente ligado a
menopausa. A menstruação é concebida como o poder generativo da mulher. Nessa
concepção, o sangue da menstruação leva todas as impurezas perigosas para fora da
mulher.
Quando a menstruação pára, esse sangue é guardado dentro da mulher formando
um reservatório de poder antigerativo e anti-conceptivo, ou seja, o poder de destruir, jogar
pragas e fazer feitiços.
A Sociedade Geledé é mais forte na região Ketu que estende para os dois lados da
fronteira entre o Benin e a Nigéria.
BRAZEAL. Brian. Unpublished manuscript. Songs of Derision and Invocation. Universidade de Chicago – EUA.
2002. Tradução feita pelo próprio autor. Segundo o autor o título do trabalho em Português quer dizer: “Músicas
Yorubás para Insultar e Invocar”.
Referência achada no artigo AS MÁSCARAS AFRICANAS E SUAS MÚLTIPLAS FACES, de Luzia Gomes Ferreira. http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_II/luzia_gomes_ferreira.pdf
Contudo, penso que não só o medo da ira de Ì yámi seja respaudo para a produção indumentária desses homens. Visto que, eles se compõe em uma sociedade matriarcal. Sociedades matriarcais africanas não funcionam na mesma logica de poder das patriarcais ocidentais. Ou seja, as relação de respeito aos seus feminimos, não são orientadas apenas pelo medo.
MUSEU AFRO-BRASILEIRO - SALVADOR, BAHIA





