fotos de Rodrigo Jesus https://www.instagram.com/universoperiferico/?hl=pt-br
domingo, 24 de dezembro de 2017
domingo, 17 de dezembro de 2017
sobre iriri
Olhando para o mar de Iriri, lembrei dos diálogos que tive com Napê , sobre nossas experiências diaspóricas. Venho entendendo que o corpo diaspórico afrobrasileiro constitui-se não apenas numa contemplação, as vezes idealizada, de um passado Africano.
A diaspora é atualização, tradução.
Sendo assim, pergunto-me: como águas atlânticas, de séculos passados, atualizam-se em mim na contemporaneidade?
Há momentos que minha experiência de diaspora produz em mim a sensação de habitar o mar. Sinto-me naufragando e emergindo. Nado, mergulho. Avisto ilhas de liberdade, nado até elas.
Mas sempre volto ao mar, onde também me sinto livre, e expansiva.
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sábado, 9 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
10º tentativa de se reconstruir em um corpo-flor
Em minha pesquisa Corpo-Flor, foram poucos os momentos em que desejei entrar em matas para criar alguma obra em vídeo, fotografia, site specific. Todas minhas experimentações e registros, foram feitos dentro de minha casa. Dentro de um lugar feito de cimento, lajota, ferro. Paredes (de memórias), móveis de maneira, eletrodomésticos comprados ha 7 anos, internet, objetos de vidro, cerâmica, e jardins compostos por plantas naturais-artificiais. Corpo-flor nasce ouvindo buzinadas, barulhos de liquidificador, de televisão, de radio e as vezes tiros. Como resposta, em meio ao caos sonoro, este corpo tenta se fazer ouvido através de gritos prazer, raiva, medo, e gargalhadas de deboche e desprezo. Consegue ajuda e a oferece.
Nessa pesquisa, venho propondo uma corporeidade que constitui-se numa relação unica com a natureza; em sua pele brotam flores e plantas. Corpo-flor provoca em mim inúmeros questionamentos sobre um modelo de humanidade produzido por uma branquitude delirante e toxica, que conduz nossas relações com a história-cultura.
Este território onde Corpo-flor surge e se alimenta, também é composto por memórias, afetos, desejo, tradições e traduções. Sendo assim, venho falando de um corpo hibrido. Hibrido de temporalidades. Ao reapropriar-se de saberes ancestrais, usando-os em sua contemporaneidade, este corpo traduz e atualiza tradições afro brasileiras e africanas, e produz para sim uma estética hibrida de passado e presente. Isso significa que Corpo-flor não se afirma na tentativa de materializar-se numa pureza que compõe um modo nostálgico e idealizado de voltar-se ao passado Africano. Entendo que o acesso a este passado só se da na atualização dele no presente. Sua contemplação só é possível através de transcrições; justamente aquilo que venho fazendo com corpo-flor. Eu reteriorializo no presente um corpo pré-colonial. Um corpo que em algum momento da história, experimentava-se sem o auxilo das identidades raciais e sexuais que há séculos configuram a ocidentalidade.
Em toda identidade ha uma fração de violência, pois a identidade constitui-se num complexo processo que afirma e cristaliza um modo de viver. Pensado nisso, preocupo-me em qual identidade tenho criado com o corpo-flor. Também penso em como venho criando. Para proteger-lo de violências (neo)coloniais, e potencializar aquilo que de bom lhe foi plantado, produzo para Corpo-flor próteses orgânicas, feitas com plantas, tecido, silicone, latex, ouro e tinta sintética. Entendo como prótese tudo aquilo que encontra-se acoplado no corpo, mas não foi produzido através de seus processos bioquímicos. Sendo assim, próteses são roupas, acessórios, calçados, maquiagem.
Parcialmente concluo que, corpo-flor possui uma estética hibrida temporalidades, generos e território geografico-afetivo. Corpo-flor é afro-brasileiro, ancestral-contemporâneo, tribal-urbano e também habita o entre lugar da masculinidade-feminidade.
Nessa pesquisa, venho propondo uma corporeidade que constitui-se numa relação unica com a natureza; em sua pele brotam flores e plantas. Corpo-flor provoca em mim inúmeros questionamentos sobre um modelo de humanidade produzido por uma branquitude delirante e toxica, que conduz nossas relações com a história-cultura.
Este território onde Corpo-flor surge e se alimenta, também é composto por memórias, afetos, desejo, tradições e traduções. Sendo assim, venho falando de um corpo hibrido. Hibrido de temporalidades. Ao reapropriar-se de saberes ancestrais, usando-os em sua contemporaneidade, este corpo traduz e atualiza tradições afro brasileiras e africanas, e produz para sim uma estética hibrida de passado e presente. Isso significa que Corpo-flor não se afirma na tentativa de materializar-se numa pureza que compõe um modo nostálgico e idealizado de voltar-se ao passado Africano. Entendo que o acesso a este passado só se da na atualização dele no presente. Sua contemplação só é possível através de transcrições; justamente aquilo que venho fazendo com corpo-flor. Eu reteriorializo no presente um corpo pré-colonial. Um corpo que em algum momento da história, experimentava-se sem o auxilo das identidades raciais e sexuais que há séculos configuram a ocidentalidade.
Em toda identidade ha uma fração de violência, pois a identidade constitui-se num complexo processo que afirma e cristaliza um modo de viver. Pensado nisso, preocupo-me em qual identidade tenho criado com o corpo-flor. Também penso em como venho criando. Para proteger-lo de violências (neo)coloniais, e potencializar aquilo que de bom lhe foi plantado, produzo para Corpo-flor próteses orgânicas, feitas com plantas, tecido, silicone, latex, ouro e tinta sintética. Entendo como prótese tudo aquilo que encontra-se acoplado no corpo, mas não foi produzido através de seus processos bioquímicos. Sendo assim, próteses são roupas, acessórios, calçados, maquiagem.
Parcialmente concluo que, corpo-flor possui uma estética hibrida temporalidades, generos e território geografico-afetivo. Corpo-flor é afro-brasileiro, ancestral-contemporâneo, tribal-urbano e também habita o entre lugar da masculinidade-feminidade.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
domingo, 3 de dezembro de 2017
9º tentativa de se reconstruir em um corpo-flor
estou experimentando as tinturas faciais. tenho gostado bastante dos resultados. tem sido uma maneira de me despersonificar. separar, esteticamente, castiel do corpo-flor.







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CARTOGRAFANDO MINHA ESTRATÉGIA POÉTICA
O que as plantas me dizem?
Um pouco sobre aquilo que foi despertado em mim, durante a vivencia no terreiro de Pai Gildo
As plantas me trouxeram ate aqui, e agora sinto que preciso andar um pouco a frente delas. Elas sempre iram me acompanhar. As ervas, flores, raízes, constituem minha corporeidade e poética de modo profundo. Abandona-las ou ignora-las é uma decisão impossível de ser feita por mim.
Sendo assim, noto que meu atual desafio e desejo é produzir com aquilo que expande a materialidade das plantas, alcançado e produzindo novos ângulos em meu território existencial Bem, ainda tenho investigado como as plantas comparecem em minha vida de maneira singular e coletiva. Em, agora também pergunto-me qual lugar elas ocupam minha história-cultura.
Sou um corpo afrodiasporico. Na tribo onde minha genética histórica-cultural foi sistematizada, provavelmente há plantas consogradas. Eu poderia estacionar por ai, mas tenho me perguntado o que mais constitui aquele espaço e outros espaços, e de como as plantas relacionam-se com esses outros elementos.
Temos que fuigr do simplismo. Análises simplistas.
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