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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A História tem me exigido crueldade

Estou sendo subjetivada em traumas coloniais, pois não deixei meu corpo se adequa à estética que o mundo ocidental me impõe. E sempre que desaprendo gestos conduzidos pela branquitude, e produzo coreografias de liberdade, sou criminaliza. Passo a ser cruel toda a vez que afirmo autonomia frente ao biocapitalismo, e  abdico dos desejos da nação na qual sou despatrializada antes mesmo de ter um corpo; e agora que o tenho, sou impedida de acessar minha força vital em alta intensidade. Eu vivo num território que durante toda sua história me violentou. Habito uma colonia que gosta de nos mortificar antes de nos assassinar. Percebo então que colonização torna-se eficaz quando consegue capturar o corpo, manejando a complexidade de nossas existências à favor a aniquilação de nossa potência vital. É meu corpo-flor o objetivo do extermínio colonial, e é com ele e nele que produzo sobrevivência. Para sobreviver,  assumo-me hibrida de todos os reinos da natureza, e manipulo- na dimensão da ética - essas vidas e matérias, criando assim próteses que produzam segurança e cura à mim e àqueles que colaboram para a perpetuação de nossas vidas. 

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