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terça-feira, 11 de setembro de 2018

cartografias da obra Comigo-ninguém-pode

Coloquei um vazo com plantas vivas dentro da galeria da Casa Porto das Artes Plásticas. A planta - assim como meu corpo -  não é arte, pois sua matéria antecede e independe da existência deste campo de saber. Mas, a manipulação dessas vidas pode vir  a ser arte. Cabe ao sujeito artista que produz a manipulação escolher utiliza-la com/como ferramentas da arte, e eu decide que sim. 

Escolhi trabalhar minha efemeridade dentro de um espaço que almeja assegurar a infinitude de seus objetos; não sou um objeto, como então sobrevivo neste território?  Me comprometi em, durante 3 meses, criar condições que assegurem a sobrevivência dessas vidas; a minha e a das plantas.  Tenho então convocado amigos a me ajudarem a retirar e recolar a vida dentro da galeria. 

Toda semana a planta é retirada do cubo branco, pois a biologia e a História da Arte me alertam que as galerias ainda são ambientes que paralisam os movimentos de expansão e modificação que produzem vida; galerias são cemitérios. Com esses deslocamentos, a planta/vida tem interferido na arquitetura que a mortifica, produzindo desconforto em sujeitos e reterritorializações na expografia. 

Ao ocupar a galeria com vida de meu corpo-flor, tenho aprendido um pouco mais sobre criação de espaços perecíveis de liberdades e espaços de liberdades perecíveis.