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sexta-feira, 21 de abril de 2017

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Resquícios de um corpo-flor

Eu tenho um corpo de um futuro utópico, e de um passado ainda intacto. Um corpo onde as temporalidade misturam-se, se diluem e materializam-se em outra concepção de presente. Meu corpo é contemporâneo, pós e pré. Eu sou uma espécie extinta, em desenvolvimento.
Habito uma raça que nunca existiu. Transito em gêneros que já foram superados. Minha pele é preta e fértil. Nela brotam flores nunca catalogadas. Todos os meus órgãos provocam-se orgasmos. Pratico comportamentos contrassexuais.
Eu tenho um corpo impossível. Um corpo selvagem, feito de sangue, néctar e pólen. Um corpo civilizado, consequência de falhas tentativas de melhoramento genético. Um corpo singular, que foge da máquina que produz subjetividades panópticas, mas que volta para habitar fissuras que ele mesmo abre nessas realidades imperfeitas.






Cartografando minha identidade visual

Minha identidade visual é hibrida de gêneros. Eu gosto de vestir o meu corpo com o itens indumentários "de menino" e "de menina", afim de mistura-los até consegui desmanchar essas marcas binárias. Eu tento desestabilizar essa logica de produção que ainda sustenta uma relação ultrapassada e perigosa entre roupa e gênero. Sendo assim, uso saia e vestido com a mesma naturalidade que visto uma camiseta ou uma calça jeans. Sou apaixonada pelos estudos de modelagem oversized, e consequentemente quase todas as peças que eu costuro ou compro (faz mais de 2 anos que só compro roupas em brechós) estão dentro desta categoria da Moda. E, sobre a paleta de cores: ha tempos sinto um carinho especial pelos tons terrosos, e atualmente a maioria dos meus looks refletem essa minha paixão. Contudo, também tento experimentar usar cores quentes como vermelho e amarelo. E, outra coisa que descobri que adoro fazer é misturar estampas. Bem, alem disso eu sempre uso cordões em meus looks, cordões esses que já foram da minha avó; assim como algumas roupas que eu tenho.

Já em minhas produções nas Artes, eu proponho justamente uma discussão sobre esses processos de construção identitárias, onde itens indumentários assumem total importância para o sujeito. Sendo assim, inicio questionamentos sobre as memorias, as estrategias de resistências e a precariedade que me constituem como um corpo preto e bixa.