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sábado, 26 de dezembro de 2015

A nova coleção de Grace Wales Bonner (SS16)

Eu estava visitando a sessão de moda do site DAZED , e acabei encontrando um post que logo no título falava sobre linguagem poética na moda. A foto de dois modelos negros também me  chamou bastante a atenção, pois é raro ver pessoas não brancas em editoriais de moda. Então cliquei, e conheci uma designer de moda jamaico-britanica  magnifica, chamada Grace Wale Bonner. Ela estudou na Central Saint Martins, e se formou em  2014. 

Em sua coleção de primavera-verão 2016 - "Malik" -, ela inspirou-se na historia de Malik Ambar, um homem escravizado etíope que se mudou para a Índia Ocidental e tornou-se um grande governante por lá. Chegando a criar e administrar  um exercito independente de até 1500 homens. Grace também se inspirou no estilo pessoal de James Baldwin para montar essa coleção. O conceito desse projeto gira basicamente em volta da diáspora dos povos africanos . 

“It’s about transition, displacement and cultural mirroring between Africa and India, particularly the African diaspora across the Indian Ocean.” Grace Wales Bonner, falando sobre sua coleção Malik.

Essa não foi a primeira vez que vi a moda contando historias de povos negros, mas dessa vez eu me sentir confortável, pois elas finalmente foram contadas por vozes de pessoas negras. 
Digo isso porque quase todos  os modelos usados para divulgar tais criações são negros, diferente do que acontece na maioria das coleções que se propõe a falar sobre cultura africana, indígena, ou oriental em suas mais diversas manifestações; o número de representantes desses grupos étnicos-raciais é quase  nulo, como aconteceu na coleção de primavera-verão 2016 da marca italiana Valentino. 

Eu estou completamente apaixonada pelos trabalhos de Grace Wales, e tudo indica que falarei mais dela aqui no blog. Suas criações ( assim como ela própria) são as representatividades que todos os corpos negros necessitam possuir dentro da moda.  

+LINKS











sábado, 19 de dezembro de 2015

LAY & Brechó Replay

Já faz meses que me tornei um seguidor do perfil @brecho_replay. Me apaixonei diversas vezes pelas fotos que ali são postadas. Suas composições são únicas, cada elemento da imagem encontra-se em uma teia maior que os interligam. Os modelos, a luz, o espaço, o figurino e a maquiagem são esses elementos e a teia em sim pode ser vista como a fotografia. Inicialmente eu pensei que se tratava apenas de uma equipe de loja online, mas tenho visto eles atuarem em outros trabalhos, como aconteceu na gravação do clipe GHETTO WAMAN da rapper LAY. 

Este foi o primeiro clipe do primeiro EP da LAY, 129229, que será lançado em janeiro de 2016. O Brecho Replay ficou responsável pelo casting e stylin do vídeo.
Eu não tenho propriedade para falar do som que a LAY produz, pois não o acompanho tanto quanto outros, em sentido de movimento urbano. Mas, reconheço ele como  de extrema qualidade, tanto em sentido sonoro quanto nas mensagens que ele passa. A identidade visual dela me agrada imensamente. Fico vidrado em sua atitude nas fotos. Ela sem duvidas é uma das minhas inspirações atuais mais fortes, e foi por isso que resolvi fazer o post sobre o que ela tem produzido na cena jovem nacional.

Eu realmente estou me apaixonando por esse trabalho, e já me vejo ansioso pelo seu EP.

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Ficha técnica:
Direção: Premier King
Direção de Fotografia: Premier King
Produção: André Bernardes e Jéssica Braga
Produção Executiva: Léo Grijó e Amauri Gonzo
Casting: Brechó Replay e Lay
Styling: Brechó Replay
Make: Christian Montenegro
Perfil do Brechó Replay. E ai é a LAY. Na conta existem outras fotos dela. 
um dos ensaios produzidos pelo pelo brechó  

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

ROSAZUL

Eu ganhei uma blusa rosa da minha avó. Adorei o tecido e a cor, mas não curtir o modelo. Então, resolvi cortá-la ao meio, e fazer duas a camisetas. Resolvi usar o jeans na outras partes para da um contra ponto. Eu quis iniciar uma conversa entre dois tecidos completamente diferentes. Algo parecido com o que fazemos nas colegens. ( LEIA ESSE TEXTO )

Tenho pensado bastante sobre arte contemporânea, e em como a moda/indumentaria tem comportado-se dentro deste contexto. Inclusive, estou trabalhando em um projeto de criação de duas jaquetas. Elas estão sendo desenvolvidas sobre essa logica que produz obras de arte hibridas, constituídas por vários elementos e técnicas diferentes. 
Essa mini coleção se chama: TENTATIVAS DE SE PENSAR EM UMA ROUPA.

Por fim, voltando para este post, deve dizer que me inspirei no contexto visual e tecnológico dos anos 1990 para fazer as fotos. 










domingo, 6 de dezembro de 2015

cansei


Essa música define exatamente tudo o que estou vivenciando nessas últimas semanas semanas de 2015. 


Eu cansei de absolutamente tudo no qual tenho contato. Até mesmo de mim. 
Já não me reconheço em meu corpo. 
Tenho a sensação de que estou no meio de um onda. 
Tudo está muito confuso. Há muita informação. 
E a única certeza que é tenho é que elas, as informações, existem.
Contudo, não sei o que fazer com isso. 
Me sinto preso em uma realidade que não mais me contempla em nenhum sentido. 
E eu consigo enxergar que já tem outra me esperando. 
Mas tenho medo de inserir-me nela. 
Em contra partida
Sinto que não não posso ignorar aquilo que me espera. 
Então, vou ao seu encontro.    








sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

exposições de obras acadêmicas -"Quanto mais arte melhor


Durante o segundo semestre de 2015 eu frequentei bastante o prédio de Artes Visuais da universidade em que estudo. Isso porque peguei uma matéria desse curso; estamparia I.

No final do semestre, as paredes do prédio foram pintadas de branco para que obras de alunos fossem expostas. Algumas obras fizeram intervenções nessas paredes, as pintando. Mais em sua maioria, a exposição contava com peças já prontas que foram penduradas nas paredes. 

As técnicas  foram varias. E os questionamentos também.

Tentei pegar o nome de todos os artistas que terão suas obras postadas aqui, mas esqueci de alguns. Mas, sabendo que vou continuar pegando matérias nesse curso, pode acontecer de eu descobrir esses nomes espontaneamente. Dai eu atualizo o post. 

Eu separei as obras que mais gostei, mas tenho total respeito por todas que estavam ali. Por isso me preocupo tanto de dar os credito aos criadores. 






Talvez fique uma dúvida a respeito dessa obra, então confirmo: não é uma pintura. O rolo esse refratário são reais, eles foram pregados na parede. Mas logo abaixo, o artista pintou as paredes.
Essa foi uma das obras que mais conseguiu me fazer pensar.

Marília Adaniane


Ana Lucia Gonçalves



Andreia Falqueto




Luiza Aguiar

Sílvia Pinheiro


Johw Johw -  Gárgula  - Técnica mista



domingo, 22 de novembro de 2015

OOTD + costura + Arte: Joan Miró

Ha algumas semanas atrás, visitei a exposição A Magia de Miró, que está acontecendo no Palacio Anchieta. Aproveitei e tirei algumas fotos.

A blusa preta eo blusão de tecido vazado foram feitos por mim. Também customizei a jaqueta, a descolorindo.  

Essas primeiras fotos foram tiradas em um local onde o corpo do Padre Anchieta esta sendo guardado. Esta área é fixa, não muda de acordo com a exposição.  







 Já essas imagens são da exposição em si.  Aqui esta algumas obras que mais curtir.







Ressignificando a arte contemporânea através das colagens; micro-mundos e micro-identidades


A Arte contemporânea tem provocado e sofrido inúmeras modificações em seu meio, seja nos processos de produção e até mesmo no que atravessa a etapa de divulgação daquele produto final (Manoela Freitas Vares, 2011). Ela encontra-se em um contexto que será chamado por Gilles Lipovetsky (2004) de Hipermodernidade, onde existe uma hipervalorização de valores desenvolvidos na Modernidade, tais como consumo, individualidade e fluxo de informação. Neste sentido, e ainda seguindo o pensamento de Manoela Freitas, aponta-se como uma das carateristas mais marcantes da Arte Contemporânea, o desejo dos artistas em se aproximar do publico, afim de estabelecer um diálogo entre sua obra e observador, visto que atualmente existem diversos caminhos que podem levar a isso. Essa preocupação não atinge apenas o produto final, mas também todo o percurso que o sujeito vivenciou para conseguir chegar àquela obra; almejando o desenvolvimento de uma relação mais sensitiva entre o objeto (obra) e o corpo (publico), e entre corpos (artista e o publico); um diálogo que permita um fluxo intenso de sensações. 

Analisando os desdobramentos sociais que a humanidade vem sofrendo e a atual configuração do mundo através dos estudos de André Oliveria (2015), é possível dizer que estamos experimentando uma revolução tecnológica, que possibilita novas formas de estar e entender o mundo. Hoje, sabe-se que vivenciamos uma mentalidade fluida que foi capaz de desmontar as costuras que dividia o mundo real do mundo virtual. Conceitos como online e offiline já não conseguem categorizar nossas vivencias, pois esses dois planos ou realidades foram misturados, dentre outros mecanismos, por redes sociais como Twitter, e aplicativos de celular como o Snapchat, ou por jogos como Google Ingress. Ao fazermos uma analise dessas dinâmicas através do que Francisco Valera (2004) compreende ser uma produção de micros e múltiplos, entendemos que na verdade essa variabilidade de perceptivas sempre esteve entre os humanos, pois somos historicamente constituídos por micro-mundos e micro-identidades, que coexistem e se alimentam em um corpo, mas que só desenvolvem-se a partir do contato com o outro. E é justamente a partir desse contato que se produz arte. 

As Artes falam de um processo que é capaz de conectar indivíduos e personalidades. O pensamento junguiano prevê essa concepção, ao categorizar o processo artístico como um autorregulador psíquico que obedece ao inconsciente coletivo, sendo este um lugar da psiquê onde está contido toda a experiencia humana, e que conecta integralmente a especie com suas diferentes culturas. Isso explica o fato de produzirmos algo que remete a uma sociedade na qual nunca tivemos contato, por exemplo. Contudo, mesmo sendo contemplado por essa visão em diversos momentos, entendo a arte não como um regulador, mas sim como um expansor da estrutura mental. Pois, mesmo estando conectados, os observadores sempre iram se afetar (e afetar) de maneira diferente pela mesma obra; de certa forma, o próprio processo de individuação proposto por Jung também prever isso, mas ainda o vejo como algo um tanto limitador. As colagens então, falam justamente dessa dilatação da criatividade, de uma expensão que atravessa até mesmo as fronteiras da história da humanidade. 

Quando um sujeito se propõe a fazer misturas de recortes, ele não está apenas mesclando imagens. Há ali uma junção de desejos, discursos e corpos, que diz sobre novas formas experienciar o mundo, apontando que ele e nós estamos em um constante processo de diferenciação. Elas falam de um corpo que cria e que é criado, falam de uma ressignificação de estruturas que a Arte contemporânea tem produzido. Elas dizem sobre seres híbridos culturais, espirituais e tecnológicos, que estão se esforçando para continuarem vivos, e consequentemente produzindo uma destruição de barreiras espaciais ( e também sexuais, dentre outras), acoplando cada vez mais a internet e a vida real, e possibilitando novas formas de se fazer, pensar e sentir a arte. A colagem rasga e multiplica. Transgride, transforma e questiona aquilo que nos é imposto por uma ideia de arte higienizada. 

Hoje, o inicio dos anos 1970 é visto como o momento em que a arte libertou-se das grades do pensamento tradicional relacionado à técnica de pintura e escultura. Alguns o chama de "o fim da arte", levando-me ao questionamento do que então seria arte. Pois se ela for um sistema baseado em reproduções de regras de comportamentos artisticos, admito então que o fazemos atualmente realmente não pode ser considerado arte. As artes contemporâneas são novas inversões de estéticas, novos modos de se pensar na teoria e na filosofia da aparência, são novas formas de estabelecer relações entre o pensamento a obra e o contexto social. "A questão da arte contemporânea é a questão de pensar a si mesma" (John Rajchman,2011).













referência digital

http://pontoeletronico.me/2014/sobreposicao-de-realidades/